quarta-feira, 13 de maio de 2009

Chega de contenções

"Olhe, tenho uma alma muito prolixa e uso poucas palavras.
Sou irritável e firo facilmente.
Também sou muito calmo e perdôo logo.
Não esqueço nunca.
Mas há poucas coisas de que eu me lembre."
Clarice Lispector


Me irritam as pessoas mais ou menos. Com uma personalidade mais ou menos e uma vida mais ou menos. Me cansam os que não sabem viver. Apenas sobrevivem. Não quero ser uma pessoa mais ou menos. Apesar de achar que devo estar sendo... A sociedade nos faz mais ou menos. Cobra-nos que sejamos inteiros, mas nos faz mais ou menos. Mais ou menos pais, mais ou menos filhos, mais ou menos empregados, mais ou menos pessoas. Não quero mais essa vida mais ou menos. Quero uma vida de verdade, com pessoas de verdade, sentimentos de verdade. Chega de conter os bons impulsos que sinto. Chega de segurar as lágrimas para não chorar em público. Chega de segurar o riso, de segurar o canto, de segurar. Chega de me conter. Estou cansada de ser um ambiente controlado, cheio de cancelas e proibido estacionar. Eu quero poder gritar ao mundo tudo o que sinto. Toda essa ebulição dentro de mim. Eu não quero conter minha vida. Quero vivê-la! Eu sou isso, esse arrebatamento, essa ressaca em fim de tarde, esse mar que invade a praia, esse sol de meio-dia. Eu sou essa ebulição de sentimentos à flor da pele, essa imensidão de palavras, esse aglomerado de ideias. Eu sou inteira e um pouco mais. Eu sou. Eu quero. Chega de conter o que sinto. Não quero ser recalcada e adulta, quero gritar aos quatro ventos meus sentimentos de menina. Não quero acalmar minha vida, quero que o mundo se agite de inquietação. Não quero mais conter minha agitação. Chega de fingir. Chega de mentir. Não quero me acalmar, aquietar o que existe dentro de mim. Não quero! Não me peça para ser menos do que sou. Não me peça para conter minha personalidade. Eu sou assim a qualquer preço. Eu sou assim, mesmo que isso não seja usual, mesmo que seja incomum, mesmo que a sociedade me cobre calma, me cobre paciência. Eu sou essa ebulição de inquietudes. Esse borbulhamento de agitações fora de hora. Não tente me entender. E, acima de tudo, não tente me conter.

3 comentários:

Thays Petters disse...

então vai menina! saia por aí e grite sua liberdade!!!

:*

Anônimo disse...

Apegue-se à quem te incentivar, pois os que tentarem te conter poderão se arrepender de tentar pelo simples fato de te tirar todo esse brilho da vida, essa vontade de viver. E isso é tão lindo que não deve ser contido.. :P

Maneirasso o texto hein moça?

Bjokas.

Susanna Lima disse...

Uma beleza de texto!

E, então, seja livre!